♫♪♫ ♥♥ ♫♪♫™ .
Nem todas as asas são capazes de alcançar liberdade plena. A maior conquista é sempre reconhecer o real propósito de voar. O infinito torna-se tão maior quanto for o desejo de abraçá-lo. Tudo que abraço assim o faço porque minh'alma não tem gavetas. Meus braços sim, estes possuem prodigiosa memória. Cavalgo lado a lado com os dias que se apagaram diante de mim. A cada sol um olhar, uma troca, quiçá uma valsa a pés descalços. Mas não me prendo ao que me foge: vou junto até me perder. Depois me deito à margem do esquecimento e ali adormeço. Então sonho com quem fui pra lembrar quem quero ser!!! Menina moleca que não se deixar estereotipar. Ama em liberdade; ama descalça, desnuda, descabelada. Risada rasgada, beijo roubado, amor inventado. No olhar flamejante, palpitante, confunde-se mulher e criança, deseja, sente, perfuma e ama! Eu, quando menina, não me enquadro no retângulo de minha janela. Atravesso a camada atmosférica e toco as estrelas com as minhas mãos. Eu, menina, tenho em mim a força de todos os super-heróis. Sou a minha própria insulina, minha própria morfina, minha própria aguardente. Eu, menina, não caibo na pequinês do mundo. Minha alegria transcede o choro de uma nação. Quando menina, minha imaginação não precisa apenas de asas, ela também precisa de motores e hélices. Eu, menina, alço vôos intergaláticos, vou além do que os limites me permitem. Não me contento com a medida certa, eu quero a fonte inesgotável. Quando menina, me excedo no estreito e me retraio no vazio... Gosto do calor humano... Gosto do calor do sol... Mas, quando mulher, me limito... sou a imagem da menina refletida ao contrário. Quando mulher, me distrário, me deixo levar... Quando menina , sou inalcansável. Eu mulher, sou a menina ás avessas, e isso só acontece porque enquanto ainda sou uma menina, sou ingênua, me permito mais, e aí fica muito, muito mais fácil sonhar ... ..................... O silêncio me ensina uma eloqüente surdez que desfolha as horas, arranca os minutos, mastiga os segundos, num delicado jogo de paciência e lentidão. Eu preservo os espaços entre mim e o que me espera com a reverência dos cegos, com a brandura dos sonhos que se fazem em segredo. Cuido do tempo como quem dá polimento à prata da vida, pois mesmo sem ainda me saber pertencente a outro lugar, sou nesse momento eu mesma e as minhas possibilidades. Existe em meu ventre uma floração inteira e perfumam minhas mãos as flores que ainda não ascenderam da terra, mas que já compõem o cheiro da minha pele. Eu te espero enquanto em mim vem nascendo a primavera. ...................... -Que eu não tenha medo de meus medos! Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis, e desperte com o coração cheio de esperanças Que eu faça de mim uma pessoa serena dentro de minha própria turbulência. Sábia, dentro dos meus limite pequenos e inexatos; humilde, diante das minhas grandezas tolas e ingênuas. Que eu mostre o quanto são pequenas minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez. Respeitar, incondicionalmente o ser, o ser por si só. Que eu possa amar e ser amada. Que eu possa amar mesmo sem ser amada. Fazer gentilezas quando recebo carinhos; fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas. Que jamais eu fique só, mesmo quando eu me queira só.
Nenhum comentário:
Postar um comentário